O PRIMOGÊNITO DA CRIAÇÃO

“o qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl. 1.15).

Quando a nave Apolo 11 pousou o solo lunar, o astronauta Neil Amstrong declarou: “um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade”. Os jornalistas afirmaram que aquele teria sido o dia do maior evento de todos os tempos. Emtempo, BillyGraham, o famoso evangelista americano, corrigiu: “o maior dia não foi o que o homem colocou seus pés na lua, mas o dia em que Deus pôs seus pés na terra”. Ele se referiu ao nascimento de Cristo, que aconteceu em Belém da Judéia. Essa, na verdade, é a melhor notícia de todos os tempos, por isso a ela nos referimos como evangelho.

Em sua narrativa evangélica, João declara que no princípio era o Verbo, o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (Jo. 1.1). E acrescenta que o Verbo se fez carne, e habitou entre os homens, cheio de graça e de verdade (Jo. 1.14). Paulo confirma a grandeza desse evento ao assumir que Jesus, mesmo sendo Deus, esvaziou-se da Sua glória, assumindo a condição de servo (Fp. 2.8,9). A mensagem evangélica, de acordo com o autor da Epístola aos Hebreus, é a de que Jesus é Deus, a plenitude da revelação divina (Hb. 1.1-3). Ele foi, nas palavras de João, Deus em forma humana (I Jo. 4.2).

Ao longo da história, várias teorias surgiram a fim de negar a divindade de Jesus. Ainda no primeiro século, no período apostólico, os Gnósticos negavam a encarnação do Verbo. Eles argumentavam que a matéria era má, por isso Deus não poderia ter se tornado carne. Para eles Jesus não passava de um ser espiritual, que havia decidido aparentar ser humano. Nos dias atuais existem aqueles que adotam a mesma posição, argumentando que Jesus estava no céu, e que era apenas o Arcanjo Miguel. De acordo com esse ponto de vista Jesus seria uma espécie de demiurgo, não se comparando ao Deus Todo-Poderoso.

Os adeptos dessa doutrina costumam citar Cl. 1.15 a fim de justifica essa crença, dizendo que Jesus não passou da imagem do Deus Invisível, o primogênito de toda a criação. A esse respeito, defendem que Cristo teria sido criado, sendo apena o “primogênito”, o primeiro a ser criado. A fim de refutar biblicamente esse ensinamento, é preciso inicialmente destacar que a palavra primogênito – protótokos em grego – tem vários significados. Para exemplificar, atentemos para Sl. 89.27, no qual Davi, que não era o primogênito, por causa da sua proeminência familiar, recebeu a promessa de que assim seria considerado.

Quando o povo de Deus se encontrava debaixo do jugo do Egito, o Senhor diz a Moisés que este deveria declarar ao Faraó que “Israel era meu primogênito”, ainda que esse não tivesse sido seu primeiro filho (Ex. 4.22). Após considerar essas passagens, temos motivos suficientes para defender que primogênito nem sempre pode ser interpretado como “o filho mais velho”. Na declaração de Paulo, em Cl. 3.15, o Apóstolo afirma que Jesus É a imagem do Deus invisível, e não que Ele se TORNOU a imagem do Deus invisível. Jesus é, de fato, a impressão exata da natureza divina.

O contexto auxilia a interpretação desse versículo, ao justificar que “nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele” (Cl. 3.16). A afirmação de Paulo seria exagerada se Cristo fosse apenas um arcanjo que se encarnou, considerando que Jesus é apresentado como o Criador de todas as coisas. João reforça essa doutrina, revelando que “todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo. 1.3). É digno de destaque que o texto não afirma que Jesus foi feito, mas que Ele fez todas as coisas.

Essa é uma afirmação bíblica, assumida pelo próprio Jesus, e por causa dela foi perseguido pelos religiosos da época (Jo. 8.58, 59; 10.30). Os discípulos do primeiro século trataram Jesus como Deus, e não como mero homem, ou mesmo como um arcanjo encarnado. Aconteceu justamente o contrário, pois Tomé O adorou como Senhor e Deus, sem ser por Ele repreendido (20.28). Consoante ao exposto, compreendemos que Jesus, enquanto Deus-homem, ocupa posição de proeminência – protótokos – sobre toda a criação. E isso nos leva à adorá-Lo, assim como fez Paulo: “Porque dEle, por Ele , e para Ele são todas as coisas, glória, pois, a Ele, eternamente e amém” (Rm. 11.36).

Ev. José Roberto A. Barbosa (2º Secretário da Assembleia de Deus em Mossoró-RN e professor da EBD)

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