O dinheiro assumiu a posição de ídolo na sociedade contemporânea. Talvez, por isso, as cédulas do real brasileiro tragam a advertência: “Deus seja louvado”, e as do dólar americano: “Em Deus nos confiamos”. Vivemos em um mundo pautado pelo mercado, no qual os interesses por lucro fácil e rápido se sobrepõem aos indivíduos. Jesus alertou quanto à força do dinheiro, ressaltando que se tratava de um império, dominado pelo poder de Mamom, o deus da prosperidade dos filisteus. Ao colocar o dinheiro na condição de ídolo, este acaba por consumir a paz das pessoas, trazendo-lhes ansiedade e desespero (Mt. 6.25-34).
Diante dos estragos que o dinheiro tem causado nas vidas das pessoas, há quem cite com frequência I Tm. 6.10, afirmando que “o dinheiro é a raiz de todos os males”. É preciso atentar, a princípio, que Paulo diz que “o amor ao dinheiro”, e não o dinheiro em si, é a “razão de todos os males”. Além disso, o Apóstolo não está denunciando todo e qualquer uso do dinheiro, mas tão somente quanto esse se torna um fim em si mesmo. Sendo assim, o problema não está em possuir o dinheiro, mas em se deixar possuir por esse. Foi nesse sentido que Jesus afirmou: “não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt. 6.24). Se as pessoas não controlam o dinheiro esse pode controlá-las, levando-as à destruição espiritual, e em alguns casos, comprometendo a integridade física.
Quanto ao texto paulino escrito a Timóteo, faz-se necessário contextualizar que esse foi escrito com o objetivo de advertir o jovem pastor, e também a igreja que liderava, em relação ao orgulho e ganância dos falsos mestres. No versículo 9 destaca que “os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína”. Essa orientação pastoral estava fundamentada no desejo desses pseudoapóstolos, que queriam auferir lucros dos seus adeptos a qualquer custo, e por isso “transpassaram a si mesmo com muitas dores”. Destacamos ainda, pelo contexto, que não é pecado desejar, muito menos possuir dinheiro, o problema é quando este resulta em “concupiscências loucas e nocivas”.
É preciso entender, portanto, que o orgulho e a ganância dos falsos mestres faziam com que eles se entregassem dissolutamente aos desejos desenfreados – epithumia em grego – que além de tolice, lhes causava danos. Todos os crentes, especialmente àqueles que exercem função ministerial, devem viver a partir do “porém” (v. 8) e do “mas” (v.11), fugindo dessas coisas, e seguindo “a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão (I Tm. 6.11). O comportamento dos falsos mestres dos tempos de Paulo era assim caracterizado: “soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, perversas contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade (I Tm. 6.4,5).
Eles faziam isso instigados pelo orgulho e pela ganância, e como muitos supostos mestres dos dias atuais, transformam a “piedade em causa de ganho” (I Tm. 6.5). A orientação do Apóstolo, em relação àqueles que querem auferir lucros por meio do evangelho, é imperativa: “aparta-te dos tais”. Os obreiros cristãos, contrariando o que defende a famigerada Teologia da Ganância – que alguns denominam de Prosperidade – devem saber que “é grande ganho a piedade com contentamento” (I Tm. 6.6). Isso porque “nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele (I Tm. 6.7). E acrescenta: “Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes (I Tm. 6.8).
Ev. José Roberto A. Barbosa (2º Secretário da Assembleia de Deus em Mossoró-RN e professor da EBD)
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