TEMPOS DIFÍCEIS: AMANTES DO DINHEIRO

Além de serem amantes de si mesmos, as pessoas típicas dos “tempos difíceis”, nos quais estamos vivendo atualmente, são também avarentas (2 Tm 3.1-2). O adjetivo grego traduzido neste versículo por “avarentos” (ARC, ARA, NVI) ou “gananciosos” (AS21) é “philarguros”, que significa “amantes do dinheiro” ou “avarentos”. A palavra “philarguros” só ocorre duas vezes no Novo Testamento grego. A primeira é em Lc 16.14, e a segunda em 2 Tm 3.2.

Após discorrer sobre a parábola do administrador infiel, Jesus disse: “Nenhum servo pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará ao outro, ou se dedicará a um e desprezará ao outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro” (Lc 16.13 – NVI). Após esta declaração de Jesus, o evangelista Lucas enquadrou os fariseus como avarentos, pois afirmou: “Os fariseus, que amavam o dinheiro, ouviam tudo isso e zombavam de Jesus” (Lc 16.14).

Convém salientar que o dinheiro ou a riqueza, em si mesmo, não é mau nem bom. Inclusive, o patriarca Abraão era um homem muito rico (Gn 13.2), mas também era um crente fiel a Deus. Tudo depende da forma como a pessoa se relaciona com o dinheiro. Assim, tanto os ricos como os pobres estão sujeitos a caírem no pecado de avareza. O primeiro, por amar o que tem. O pobre, por amar o que gostaria de ter. Afinal de contas, a Bíblia não afirma que o dinheiro é a raiz de todos os males, mas o amor ao dinheiro é que se constitui na raiz de todos os males (1 Tm 6.10). Inclusive, as Escrituras declaram claramente que a avareza é idolatria (Cl 3.5), que esse tipo de cobiça não pode haver no meio da igreja (Ef 5.3) e que nenhum avarento tem herança no Reino de Cristo e de Deus (Ef 5.5). Além disso, a Bíblia ainda aconselha o cristão a não se associar e a não comer com qualquer pessoa que diz que é crente, mas é avarento (1 Co 5.11).

Embora saibamos que o homem pode enriquecer ou empobrecer como consequência dos seus atos e escolhas, como a diligência que pode enriquecer e a preguiça que sempre empobrece (Pv 6.6-11; 10.4; 12.24; 13.4; 15.19; 20.4,13; 24.30-34), todavia Deus pode interferir nesse processo fazendo alguém enriquecer ou empobrecer (1 Sm 2.7). Deus é soberano e dono de tudo (1 Cr 29.11-12; Sl 24.1), inclusive dono da prata e do ouro (Ag 2.8), e pode enriquecer a quem Ele quiser, pois “a bênção do SENHOR é que enriquece, e ele não acrescenta dores” (Pv 10.22).

Se por um lado a Bíblia apoia a posse, o respeito e a proteção à propriedade privada (Ex 20.15,17; 21.33-36; 22.1-15 Dt 19.14; 27.17; Pv 22.28; 23.10), por outro lado ela também alerta para o perigo de colocarmos o nosso coração nas riquezas (Sl 62.10b; Pv 11.4,28a; 27.24). Um dos maiores problemas do ser humano é a ganância ou ambição desmedida para acumular riquezas para si, muitas vezes de forma fatigante, ilícita e inconsequente (Is 32.7; Pv 15.27; 23.4-5). Tem gente que gasta toda a sua saúde para adquirir riquezas, depois de rico gasta todas as riquezas adquiridas na tentativa de reaver a saúde que perdeu e, no final, se frustra ao saber que é um “…desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (Ap 3.17). E, se ainda sobrar algum dinheiro, certamente ele não levará essa riqueza para a sepultura e nem para a eternidade. Apóstolo Paulo declarou: “…nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar” (1 Tm 6.7 – NVI). Jesus recomendou: “busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas” (Mt 6.33).

Na parábola do semeador, Jesus disse que “…o que foi semeado entre os espinhos, esse é o que ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra, e ela não produz fruto” (Mt 13.22 – AS21).

Isso mostra como a avareza impede a conversão do pecador, a exemplo do que aconteceu com o jovem rico avarento (Mc 10.17-22). Em continuação, Jesus exclamou dizendo: “…como é difícil aos ricos entrar no Reino de Deus! (Mc 10.23 – NVI). Ele ainda acrescentou: “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mc 10.25 – NVI). Porém, isso não significa que seja impossível uma pessoa rica se converter (Mt 19.25-26), visto que tanto Zaqueu (Lc 19.2) como José de Arimatéia (Mt 27.57) eram ricos e se converteram ao Senhor.

O amor ao dinheiro também atrapalha e destrói a vida espiritual dos crentes que seguem o caminho da avareza. Por isso Jesus aconselhou a não acumularmos tesouro na terra, mas no céu (Mt 6.19-21). Noutra ocasião Jesus também fez advertência contra o amor ao dinheiro dizendo: “…acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc 12.15).

Para lutar e vencer contra o pecado de avareza, sugerimos três coisas. Primeiro, devemos colocar a nossa confiança em Deus, e não nas riquezas (Sl 62.10; Pv 11.28; 1 Tm 6.17). Segundo, devemos praticar a generosidade repartindo uma parte do que temos com quem precisa e com a obra de Deus (Dt 14.27-29; 23.24-25; 2 Co 8.2; 9.5; 1 Tm 6.18-19). Terceiro, devemos viver uma vida de contentamento, de satisfação com aquilo que Deus nos deu (Pv 15.16; 30.8-9; Hb 13.5; 1 Tm 6.6-8). Assim, devemos viver contentes em toda e qualquer situação (Fp 4.11-13) e colocar em prática o conselho bíblico: “…não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes…” (Rm 12.16).

Ev. Fábio Henrique (Bacharel em Teologia, 1º Secretário da IEADEM e professor da EBD e do CETADEM)

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