AMOR

O Espírito Santo nos convenceu do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8), nos regenerou e nos fez passar pelo processo do novo nascimento (Jo 3.3-5), de modo que agora somos novas criaturas em Cristo (2 Co 5.17) e somos espirituais (1 Co 2.15; Gl 6.1). O trabalhar do Espírito Santo na vida do crente continua, uma vez que “…aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo” (Fp 1.6). Paulo afirma que todos nós, “…com o rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, que vem do Espírito do Senhor” (2 Co 3.18 – AS21).
Dessa forma, à medida que o Espírito Santo trabalha nas nossas vidas e nos inclinamos para as coisas do Espírito (Rm 8.5,6), andando no Espírito (Rm 8.4; Gl 5.16,25), deixando-nos ser guiados pelo Espírito (Rm 8.14; Gl 5.18) e vivendo no Espírito (Gl 5.25), certamente demonstraremos que somos participantes da natureza divina (2 Pe 1.4). A consequência disso é que, como um espelho, o crente refletirá a glória do Senhor (2 Co 3.18), a ponto de os homens verem as suas boas obras e glorificarem a Deus (Mt 5.16). Essas boas obras consistem exatamente na produção do fruto do Espírito, o qual tem o amor como o solo onde se cultiva as demais virtudes do fruto do Espírito (Gl 5.22-23).
O texto de Gálatas 5.22-23 afirma: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio…” (ARA). No texto grego deste versículo, a palavra “estin”, que é traduzida por “é” para o português, trata-se de um verbo que está na terceira pessoa do singular. Portanto, não existe nove frutos do Espírito, mas um só fruto do Espírito, o qual é multifacetado e apresenta nove aspectos ou virtudes, sendo que a primeira delas é o amor (gr. agapē). Assim como a natureza carnal e pecaminosa se manifesta de diferentes modos, o fruto do Espírito se manifesta por meio de várias virtudes.
No Novo Testamento Grego (NTG) o substantivo grego “agapē” (amor) ocorre 106 vezes, enquanto o verbo “agapaõ” (amar) ocorre 109 vezes. A palavra grega “philos”, que significa “amigo” e que ocorre 27 vezes no NTG, deu origem às palavras gregas “philia” (amizade), “philanthropos” (humanamente, gentilmente), “philanthropia” (amor à humanidade, benevolência) e “phileõ” (amar, mostrar sinais de amor), sendo que esta última ocorre 21 vezes no NTG e é muito semelhante a “agapaõ”. Geralmente, os vocábulos “phileõ” e “philia” são mais utilizados na Bíblia para enfatizar o amor ou a afeição que se baseia num contato ou relacionamento interpessoal, ao passo que “agapē” e “agapaõ” enfatizam o amor ou a afeição que se baseia em profundo apreço e consideração. Esses últimos são justamente os termos que a Bíblia utiliza para se referir ao amor que devemos ter uns pelos outros.
O amor é uma virtude muito sublime, visto que faz parte da própria natureza de Deus, pois Deus é amor (1 Jo 4.8,16). Embora Deus seja a expressão máxima do amor e ninguém consiga amar como Deus ama, este atributo não é um atributo exclusivo de Deus, mas um dos atributos de Deus que são comunicáveis aos homens. Convém salientar que o amor de Deus serve de exemplo e de padrão para nós (Mt 5.48; Jo 13.34; 1 Jo 3.16; 4.7-8,11)
Todos os mandamentos bíblicos se resumem na prática do amor nas direções vertical (amar a Deus) e horizontal (amar o próximo): “Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.30-31). Geralmente o ser humano tem mais dificuldade de amar o próximo, do que amar a Deus. Por isso, a Bíblia muitas vezes adverte o crente a respeito dessa obrigação (Jo 13.34; 15.12,17; 1 Pe 1.22; 1 Jo 4.7-8,11,20-21), inclusive afirmando que o amor ao próximo é a característica que identifica se determinada pessoa é verdadeiramente discípulo ou discípula de Cristo (Jo 13.35; 1 Jo 3.14).
É importante salientarmos que o amor não é um mero sentimento ou emoção que depende da circunstância ou da pessoa a ser amada, mas uma obrigação ou mandamento bíblico que tem como alvos as pessoas de Deus e do próximo. Muitas vezes os nossos sentimentos querem nos levar a deixar de amar, a odiar ou se vingar de alguém (Mt 5.43), mas o amor de Deus que está derramado em nossos corações (Rm 5.5) nos habilita a cumprir até mesmo o mandamento de amar os nossos inimigos (Mt 5.43-48). O amor ao próximo deve ser demonstrado por nós na prática no dia-a-dia, em todas as circunstâncias. A Bíblia exige amor na prática, e não somente na teoria (1 Jo 3.16-18).
Em 1 Co 13 Paulo fala da importância do amor e o descreve com várias características: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Co 13.4-7 – NVI). Portanto, amados, “…amemo-nos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1 Jo 4.7-8).

Ev. Fábio Henrique (1º Secretário da Assembleia de Deus em Mossoró-RN e professor da EBD e do CETADEM).

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