Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade (Ec 4. 9-12).
O casamento deve prover companheirismo entre os cônjuges. “Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma companheira” (Gn 2.18). O companheirismo é razão de ser da vida conjugal. Há pessoas que se casam e continuam sós. Elas experimentam a pior solidão, a do casamento. Têm companhia física, mas enfrentam solidão emocional, de propósitos. São cônjuges com vidas separadas. Muitos desses casamentos já terminaram, mas as aparências continuam.
Companheirismo é a disposição de caminhar junto com o amigo, namorado, marido, haja o que houver. Pagar o preço por aquele vínculo estabelecido. A sabedoria divina condena o isolamento e nos ensina as bênçãos do companheirismo: “O solitário busca o seu próprio interesse e rebela-se contra a verdadeira sabedoria” (Pv 18.1).
O escritor de Eclesiastes menciona quatro áreas onde o companheirismo faz toda a diferença, e justifica a afirmação de que é melhor serem dois do que um. São Elas: Parceria, Suporte, Cuidado e Proteção. Sem estas quatro expressões de companheirismo talvez fosse melhor declarar que é melhor ser um do que dois, uma vez que os “benefícios” que justificam esta afirmação deixaram de estar presentes O verdadeiro companheirismo somente se concretiza na relação quando sua base está formada por essas quatro colunas.
As delícias e recompensas de uma parceria conjugal representam conquistas suficientes para que valha a pena o processo da caminhada. No entanto, essas recompensas estão invariavelmente associadas ao grau de investimento da relação. “Quem planta pouco colhe pouco; quem planta muito colhe muito” (II Co 9.6). Também vale para o casamento.
Melhor é serem dois do que um, é que os dois terão “melhor paga do seu trabalho”. Isso fala de duas coisas: parceria nas conquistas e sinergia, que é o resultado desta parceria. A mulher foi criada por Deus para ser uma auxiliadora idônea, capaz (Gn 2.18). Isto significa que o homem não foi criado por Deus para conquistar sozinho, e somente depois partilhar o despojo com sua esposa. Mesmo sendo o provedor o homem precisa viver em parceria com sua esposa em cada conquista no casamento. Essa parceria tem o significado de recompensa. Geralmente na parceria os resultados não se somam se multiplicam. O casamento não é apenas duas pessoas que decidiram viver juntas; é o ato de construírem junta uma vida!
O suporte é outra característica importante do companheirismo e que valida a afirmação de que é melhor serem dois do que um. A expressão Bíblica declara que “se caírem, um levanta o companheiro”. Nos momentos de altos e baixos que enfrentamos o que está melhor ajuda o outro. Encorajamento, apoio, suporte são essenciais à união matrimonial. Muitas pessoas entram com a motivação e expectativa errada no matrimônio; elas entram na aliança matrimonial pensando muito mais em receber do que em oferecer algo. Esperam que o cônjuge, ou mesmo a própria relação, façam-nas felizes. Porém, o fato é que não nos casamos com o único propósito de sermos felizes, mas primeiramente, para fazermos o cônjuge feliz.
A maioria das queixas dos casados contra o próprio cônjuge são cobranças do que o outro deveria ter feito. Infelizmente, somos egoístas demais e focados no próprio umbigo! Contudo, quando em vez de somente querer ser servidos, colocamos nossos cônjuges à frente e passamos primeiro a servir, alimentamos outro ciclo onde nossos cônjuges, em vez de também apenas cobrarem, passarão a também nos servir com alegria. Não é fácil colocar o outro à frente de seus sonhos, projetos e vontades! Oferecer suporte ao cônjuge é algo de um valor imensurável. Se trouxermos este padrão de conduta cristã ao nosso casamento tudo será diferente! Porém, se os cônjuges decidem apenas esperar (ou mesmo cobrar) por suporte da parte do outro, então não poderá se dizer que é melhor serem dois do que um… Reveja estes valores em seu casamento. Nunca deixe de ser um instrumento divino de apoio e fortalecimento, de consolo e amparo ao seu cônjuge!
O escritor de Eclesiastes também afirma que “se dois dormirem juntos, se aquentarão”. Acredito que isso fala – dentro do contexto da união matrimonial – de levar calor para a vida do companheiro, ajudá-lo a superar os desconfortos da vida, bem como promover pequenas alegrias e cuidados. O conceito de amor e intimidade de um casal está fortemente associado ao quarto e à cama. E este tipo de cuidado mútuo não pode faltar. Porém, aquecer um ao outro é algo que, no casamento, fazemos não só de modo literal, sob cobertas, mas também no âmbito emocional. São conversas, expressões de carinho por meio de palavras, presentes e atitudes que não permitem que o coração do cônjuge se esfrie.
O texto de Eclesiastes ainda revela que “se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão”. Isso fala de proteção, defesa mútua, cobertura recíproca. Quando as batalhas surgem, o casal deve aprender a se unir e resistir juntos. Há muitos tipos de lutas e de inimigos que tentam prevalecer contra nós. O matrimônio é o mais profundo laço de relacionamento, supera o dos filhos com seus pais, por isso o homem deixa pai e mãe para se unir à sua mulher (Gn 2.24).
Neste nível de relacionamento, a cobertura recíproca é importantíssima. Nunca descubra seu cônjuge a quem quer que seja; não exponha as fraquezas dele, não o critique em público. Proteja-o de ser ferido emocionalmente! Estes são ingredientes importantíssimos para um relacionamento: parceria, suporte, cuidado e proteção. Sem eles não dá para dizer que é melhor serem dois do que um! Se não trouxermos estes valores e práticas para nossa relação conjugal, então, tristemente teremos que reconhecer que é melhor ser um do que dois. Negligenciando estas práticas acabaremos por concluir que era melhor ter ficado solteiro.
O casal precisa reconhecer que um precisa do outro, que um preenche a lacuna do outro. O casamento não é lugar de competição, mas, sim, de cooperação. A competição cria derrota do amor. Quem não quer crescer não deveria também querer casar-se, pois o ser humano nasceu para se desenvolver e o casamento reclama o crescimento de ambos a toda hora. Marido e esposa devem estar em contínua e simultânea construção de si mesmos e da relação a dois. A convivência precisa facilitar, incentivar e promover o progresso das pessoas que formam essa parceria, o que termina por enriquecer a própria relação.
Deus te abençoe…
Pr. Elumar Pereira (Diretor do Departamento da Família da IEADEM )
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