Segundo a psicologia crise é toda a situação de mudança a nível biológico, psicológico ou social, que exige da pessoa ou do grupo, um esforço suplementar para manter o equilíbrio ou estabilidade emocional.
A crise pode ser definida como uma fase de perda, ou uma fase de substituições rápidas, em que se pode colocar em questão o equilíbrio da pessoa. Torna-se, então, muito importante a atitude e comportamento da pessoa em face de momentos como este.
É fundamental a forma como os componentes da crise são vividos, elaborados e utilizados subjetivamente.
A evolução da crise pode ser benéfica ou maléfica, dependendo de fatores que podem ser tanto externos, como internos. Toda crise conduz necessariamente a um aumento da vulnerabilidade, mas nem toda crise é necessariamente um momento de risco. Pode, eventualmente, evoluir negativamente quando os recursos pessoais estão diminuídos e a intensidade do stress vivenciado pela pessoa ultrapassa a sua capacidade de adaptação e de reação.
Mas a crise é vista, de igual modo, como uma ocasião de crescimento. A evolução favorável de uma crise conduz a um crescimento, à criação de novos equilíbrios, ao reforço da pessoa e da sua capacidade de reação a situações menos agradáveis. Assim, a crise evolui no sentido da regressão, quando a pessoa não a consegue ultrapassar, ou no sentido do desenvolvimento, quando a crise é favoravelmente vivida.
Eu tenho me perguntado ultimamente e questionado acerca do lamento e das lamurias de alguns cristãos, que compartilham do momento em que não somente o nosso Brasil, mas o mundo todo vivencia a fácil frase de se pronunciar chamada “CRISE”.
Se fizermos uma retrospectiva Bíblica, veremos que o povo que mais passou por momentos de crises foram exatamente aqueles que dependiam da assistência e proteção de Deus. Vejamos o que o nosso amado Jesus ratificou em suas palavras: no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (Jo 16.33).
Logo que mergulhamos nas profundezas do passado e chegamos à residência do primeiro casal Adão e Eva, nos deparamos com uma das maiores crises jamais vista em toda a terra. A crise da desobediência e do relacionamento com Deus havia desestruturado aquela família a ponto de os mesmo procurarem se esconder da presença de Deus.
Sofreram sansões e limitações da parte Deus. Tiveram que mudar de lugar, passaram a trabalhar com mais afinco, partilhando das consequências que legaram o mundo de então. Porém, em nenhum momento, a bíblia relata lamúrias e desespero naquela família, apesar de toda a “CRISE” eles não se afastaram da presença de Deus e foram vencedores. Toda a duração da vida de Adão foi de novecentos e trinta anos.
Ao chegarmos à cidade de Noé nos deparamos com a pior crise moral e social jamais vista no mundo de então: Relata o escritor bíblico que a terra estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra (Gn 6.11,12).
Noé tinha uma família maravilhosa; gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé. Viviam coesos em torno dos princípios que regem a vontade de Deus. Noé era varão justo e reto em suas gerações; Noé andava com Deus. Foram cento e vinte anos de crise vivida, porém não se afastou em nenhum momento do centro da vontade de Deus, e mesmo com a crise construiu um grande navio onde foram salvos ele e toda a sua família daquele grande diluvio.
Sem falar em nossos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó que passaram momentos de “CRISES”. Moisés, o grande líder e libertador do povo de Deus no Egito, porque havia feito uma opção de vida, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus do que, por um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.
E porque não lembramos o grande Josué que em meio a uma crise de identidade nunca vista fez sua opção. Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habita; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor (Js 24.15).
Ainda poderíamos mencionar o patriarca Jó que desfrutava de uma posição privilegiada e possuía uma família grande e abençoada. Ele era um homem bem sucedido. Realizado financeiramente, tinha uma vida moral correta e era elogiado pelo próprio Deus.
Ele enfrentou um momento de crise nunca vista em seus dias. Todas as áreas vitais da sua vida foram atingidas, como suas finanças, filhos, saúde, casamento e amizades. Diz a historia que Jó preferiu glorificar o nome do Senhor, em vez de ficar reclamando da vida e amaldiçoando tudo.
Jó não se intimidou e nem se perdeu diante da crise, ele depositou toda a sua esperança no Deus em quem ele confiava e então proclamou: Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra (Jó 19.25). Poderíamos citar outros como Daniel na cova dos leões. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na fornalha de fogo.
Fica claro, então, que no mundo sempre existiu crise e enquanto durar a humanidade haverá oportunidade de recebermos em nossas casas as indesejáveis visitas dos mais diversos tipos de crises. O cristão precisa entender que mesmo ele estando dentro da crise ele não deve ser absorvido pela crise.
O peixe que habita o mar não absorve o sal contido nas aguas salgadas onde ele mergulha. Como os companheiros de Daniel que foram jogados dentro da fornalha, e o fogo não os atingiu, assim deve ser com cristão que depende de Deus; independente do tipo de crise vivenciada ele tem certeza que o Senhor Jesus permanece juntamente com ele no barco da vida. É como profetiza o escritor do salmo 91.7: “Mil cairão ao teu lado, e dez mil, à tua direita, mas tu não serás atingido”.
O mesmo Deus que criou a família e estabeleceu princípios permanentes para a sua felicidade, pode intervir na sua vida, no seu casamento e na sua família, restaurando-a e tirando-a do fundo do poço.
Deus pode transformar os vales áridos do seu casamento em mananciais transbordantes de alegria e felicidade: Valorize a sua família. Não desista dela. Ore por ela. Coloque-a no altar de Deus, pois ainda há esperança!
Pr. Elumar Pereira (Diretor do Departamento da Família da IEADEM )
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