CALUNIADORES

A calúnia é uma prática danosa e moralmente reprovada tanto pelas leis dos homens, como pelas leis de Deus. O Código Penal brasileiro prevê punições para os crimes contra a honra, os quais consistem das práticas de injúria, difamação e calúnia. A pessoa caluniadora costuma inventar mentiras e acusações falsas com o objetivo de atacar a honra, difamar, manchar e assassinar a reputação das pessoas e, até mesmo, incriminar os outros.

Hoje em dia, a justiça está abarrotada de processos relacionados à crimes contra a honra. É com tristeza que constatamos diariamente muitas pessoas inventando e espalhando notícias falsas na internet, principalmente nas redes sociais, com o objetivo de caluniar e difamar os outros. Os estragos têm sido enormes e não há indenização que repare os prejuízos causados por esses crimes contra a honra. Ao orientar os israelitas a respeito de alguns preceitos jurídicos, Moisés ordenou: “Não espalhe notícias falsas e não minta no tribunal para ajudar alguém. Não faça acusações falsas…” (Ex 23.1,7a – NTLH). Uma frase atribuída a Winston Churchill, famoso estadista britânico, diz que “uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir”.

A calúnia é uma coisa tão abominável e diabólica, que em 2 Tm 3.3 a palavra “caluniadores” é a tradução do adjetivo grego “diaboloi”, o qual significa “caluniadores”, “difamadores” e “falsos acusadores” (no plural). O adjetivo grego “diabolos” ocorre 38 vezes no Novo Testamento Grego, sendo 35 vezes se referindo à pessoa de Satanás, o qual também é chamado de “diabo” por causa da sua natureza e práticas caluniosas. Nas outras três ocorrências, Paulo utiliza o vocábulo grego “diabolos” para se referir aos homens (1 Tm 3.11; 2 Tm 3.3; Tt 2.3).

De acordo com 2 Tm 3.3, a calúnia também é uma característica cada vez mais presente no cotidiano das pessoas nesses últimos dias nos quais vivemos. Em 1 Tm 3.11, as versões ARC e ARA traduzem “diabolous” por “maldizentes” e a NTLH traduz por “faladeira”, mas a tradução mais correta é a da NVI e a da AS21, que traduz “diabolous” por “caluniadoras”. Portanto, as mulheres referidas em 1 Tm 3.11 (diaconisas?, esposas dos diáconos?) não devem ser caluniadoras. Escrevendo a Tito a respeito dos deveres de diversas classes de pessoas crentes, apóstolo Paulo disse que as mulheres idosas não devem ser “diabolous”, isto é, não devem ser caluniadoras (Tt 2.3).

A calúnia é um pecado de língua maligno e prejudicial. O caluniador espalha contendas, dissemina intrigas, joga uma pessoa contra a outra, destrói pontes de contato e cava abismos nos relacionamentos. Ele destrói o maior patrimônio que uma pessoa tem, que é o seu nome. O sábio Salomão afirmou em um de seus provérbios: “Estas seis coisas aborrece o SENHOR, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, e língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente, e coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal, e testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos” (Pv 6.16-19). O caluniador é uma pessoa perversa e sem caráter, que anda de um lugar para outro dizendo coisas maldosas. Ele tem no coração o propósito de enganar; planeja sempre o mal e semeia discórdia (Pv 6.12,14 – NVI). O difamador, além de ser insensato (Pv 10.18), separa os maiores amigos (Pv 16.28).

A Bíblia nos adverte a respeito dos pecados da língua, pois todos nós estamos sujeitos a cair neles. A língua é tão poderosa, que apóstolo Tiago disse que ela “…é um fogo; é um mundo de iniquidade. Colocada entre os membros do nosso corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso de sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno. Toda espécie de animais, aves, répteis e criaturas do mar doma-se e é domada pela espécie humana; a língua, porém, ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero. Com a língua bendizemos ao Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não pode ser assim!” (Tg 3.6-10 – NVI).

Quando Tiago diz que o crente salvo “não pode ser assim”, ele está concordando com o rei Davi que traçou o perfil do verdadeiro cidadão do céu: “Aquele que é íntegro em sua conduta e pratica o que é justo, que de coração fala a verdade e não usa a língua para difamar, que nenhum mal faz ao seu semelhante e não lança calúnia contra o seu próximo” (Sl 15.2-3 – NVI). Portanto, calúnia não é coisa de crente que diz que vai morar no céu.

Ev. Fábio Henrique (Bacharel em Teologia, 1º Secretário da IEADEM e professor da EBD e do CETADEM)

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