Mediador

A santidade de Deus é uma doutrina exposta ao longo das Escrituras. Ao mesmo tempo, a pecaminosidade humana é também atestada em várias passagens bíblicas. Por causa dessa condição o ser humano não pode ter acesso direto a Deus, carecendo de um mediador que possibilite a reconciliação. A palavra grega para mediador é mesités, substantivo derivado do adjetivo mesos, cujo significado é “meio”. Sendo assim, um mesités é alguém que se coloca no meio de uma desavença entre duas partes, a fim de favorecer um entendimento.
Moisés certamente foi o principal mediador da Antiga Aliança, que se colocou entre Yahweh e o povo, trazendo a mensagem de Deus aos israelitas (Gl. 3.19-20). Quando o povo pecava contra Deus, Moisés também intercedia para que Deus o perdoasse. Não existe da língua hebraica o verbo “mediar” ou o substantivo “mediador”. Ainda que Jó, em meio a sua aflição, tenha desejado que existisse um árbitro, yakach em hebraico, para defendê-lo perante o Senhor. A situação de Jó era angustiante porque ninguém poderia defendê-lo diante das acusações do Eterno.
Somente Deus é capaz de defender, ou melhor, mediar o relacionamento do ser humano com Ele. Por isso Ele mesmo proveu um mesités para que a humanidade pudesse se aproximar dEle. Esse é Jesus Cristo, a resposta de Deus ao pecado do homem, a salvação proveniente pelo próprio Deus. Em Cristo Deus se interpôs com Deus, com o intuito de resgatar os pecadores da perdição. Por isso Paulo assume que Jesus é o mesites entre Deus e nós, somente por meio dEle podemos obter reconciliação com o Senhor (I Tm. 2.5).
Ele mesmo declarou, em Jo. 14.6, que ninguém poderia se achegar ao Pai se não fosse por Ele. O autor da Epístola aos Hebreus, em consonância com essa declaração, afirma que Jesus é o mesités de uma nova aliança (Hb. 9.16; 12.24). E a mediação de Jesus que assegura nossa salvação, o sangue que Ele derramou na cruz é suficiente para nos tornar aceitos por Deus. Por causa dEle agora podemos nos aproximar com confiança diante do trono da graça, a fim de encontrar misericórdia e achar graça (Hb. 4.16).
Como Mesites, Jesus tanto comunica a vontade quanto o caráter de Deus. Ele completa a intenção amorosa divina de salvar as pessoas das consequências e da condição do pecado. Em II Co. 3.17-18 Paulo contrasta a mediação de Moisés e Jesus, argumentando que quando Moisés entregou a torah ao povo hebreu, precisou usar um véu, a fim de evitar que o povo visse a glória de Deus (Ex. 34.29-35). Mas a mediação de Jesus é diferente, está fundamentada na fé em Seu sacrifício na cruz.
Por isso Paulo deixa claro para Timóteo que somente Jesus media perfeitamente a relação entre o divino e o humano (I Tm. 2.5). Ninguém é capaz de fazê-lo por méritos humanos, por meio das suas obras (EF. 2.8,9), nem os anjos nem os santos podem fazê-lo (Cl. 2.18). Mesmo a mediação de Moisés foi temporária, apontava para a eterna mesités que alcançaria sua plenitude em Cristo (Hb. 3.3). Por esse motivo todas as pessoas são convidadas a se aproximarem de Deus, pela fé nesse Supremo Mediador, Jesus Cristo.
Por causa dEle a separação entre o Deus Santo e o homem pecador foi desfeita, resultando na reconciliação, oportunizando intimidade tal que podemos chamá-lo de Aba, Pai (Mt 6.9; Gl. 4.6).

Ev. José Roberto A. Barbosa (2º Secretário da Assembleia de Deus em Mossoró-RN e professor da EBD)

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