PROFANOS

O texto bíblico de 2 Tm 3.1-2 declara “…que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens…, profanos”. O adjetivo grego “anosios” significa literalmente aquilo ou aquele “que não é santo” ou “que é profano”. Em outras palavras, “anosios” é o contrário ou antônimo de “santo”. O vocábulo “anosios” transmite a ideia de uma pessoa ou coisa que não é consagrada ou dedicada a Deus, ou seja, que é “comum”, profana, não santa ou que não está purificada ou livre de pecado. Profanar significa desconsagrar, aviltar, fazer mau uso, ou tratar com irreverência e abjeção as coisas sagradas. A profanação é uma afronta e uma violação à santidade de Deus e das coisas santificadas e dedicadas a Deus (Lv 19.8). A profanação macula, desonra e tornam impuras as coisas anteriormente consagradas a Deus.
De acordo com Paulo, “…a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos (gr. “anosios”) e irreligiosos (gr. “bebelos”), para os parricidas e matricidas, para os homicidas, para os fornicadores, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros e para o que for contrário à sã doutrina” (1 Tm 1.9). Nesta lista de vícios as pessoas profanas e irreligiosas aparecem associadas, uma vez que um dos significados da palavra grega “bebelos” é “profano” ou “não santo”, exatamente o mesmo significado da palavra “anosios”.
O vocábulo grego “bebelos” aparece na bíblia em mais três citações de Paulo e em uma citação na Epístola aos Hebreus. Nessas três citações de “bebelos” feitas pelo apóstolo Paulo (1 Tm 4.7; 6.20; 2 Tm 2.16), ele afirma que os falatórios ou conversas inúteis são profanos e não refletem a santidade do testemunho cristão. Após recomendar que os Hebreus deviam seguir a paz com todos e a santificação (Hb 12.14), o escritor desta epístola também afirmou que “…ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que, por um manjar, vendeu o seu direito de primogenitura” (Hb 12.16). Realmente, o fato de Esaú ter vendido o seu direito de primogenitura foi uma profanação ou falta de respeito com as coisas sagradas e gerou consequências (Gn 25.29-34; Hb 12.17).
Uma vez que Deus é santo e exige de nós santidade (Is 6.3; 1 Pe 1.15-16), Ele não se agrada que misturemos as coisas santas com as profanas. Os sacerdotes em Israel deviam ensinar o povo a fazer a diferença entre o santo e o profano (Lv 10.10; Ez 44.23). No entanto, no período antes do povo ser levado cativo para a Babilônia, a constatação de Deus foi outra: “Os seus sacerdotes transgridem a minha lei, e profanam as minhas coisas santas; entre o santo e o profano não fazem diferença, nem discernem o impuro do puro; e de meus sábados escondem os seus olhos, e assim sou profanado no meio deles” (Ez 22.29).
Tanto os habitantes de Israel, como os de Judá, sacrificavam aos ídolos lá fora e depois vinham para o templo sacrificar ao Senhor. Deus considerou isso como uma contaminação e profanação do santuário do Senhor (Ez 23.38-39). Se por um lado misturar o santo com o profano é um sinal de apostasia, por outro lado a separação entre o santo e o profano é um sinal de restauração espiritual e de santidade.
Hoje em dia, numa época de pluralismo religioso e de falta de reverência com o sagrado, muitas pessoas vivem uma vida misturando o santo com o profano e invertendo valores, esquecendo-se da advertência Bíblia que declara: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” (Is 5.20). Apóstolo Tiago faz uma advertência séria contra os profanos, ao afirmar: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4.4).
Santo e profano são dois adjetivos de naturezas opostas e que não se misturam. Numa época de grande apostasia em Israel, o profeta Elias conclamou o povo a uma decisão: “…até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o…” (1 Rs 18.21). No Reino do Norte, em Israel, os samaritanos praticavam um culto misto “de maneira que temiam o SENHOR e, ao mesmo tempo, serviam aos seus próprios deuses, segundo o costume das nações…” (2 Rs 17.33). Jesus foi muito claro quanto à impossibilidade de misturar o santo com o profano: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro…” (Mt 6.24). A Bíblia recomenda: “…como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1 Pe 1.15).

Ev. Fábio Henrique (Bacharel em Teologia, 1º Secretário da IEADEM e professor da EBD e do CETADEM)

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