As coisas estão mudando de uma forma profunda e rápida. Fico assustado quando vejo os valores morais, éticos, religiosos etc., outrora tão firmes e observados pela sociedade se inverterem com tanta rapidez. Quando criança meus pais e educadores me ensinaram a obediência às autoridades, respeito aos mais idosos, honrar os pais, amar ao próximo etc.
Mas, o que quero mesmo enfatizar é a mudança repentina naqueles que cristãos se dizem ser. Bem, nasci praticamente num berço evangélico, aonde fui instruído quanto a maneira de crer e viver, conforme os ensinamentos bíblicos.
Era perseguido e muito criticado pelas pessoas (vizinhos, conhecidos, colegas de escola) que me chamavam de protestante, dizendo que eu era um seguidor do reformador Martinho Lutero. Aliás, não somente eu, mas todos quantos professavam sua fé em Jesus Cristo, a saber, os crentes no Senhor Jesus.
Lembro com saudades do fervor dos irmãos nos cultos de oração, vigílias, círculo de oração, como desejavam estar com o Senhor, adorando-O, agradecendo os seus favores, suplicando pelos necessitados, intercedendo pelos pecadores e rogando pelos enfermos e encarcerados; os cultos de doutrina ou instrução como chamávamos, havia uma frequência acentuada, os irmãos gostavam de ouvir a Palavra de Deus e se fortalecerem na fé através do conhecimento da Palavra de Deus; na Escola Bíblica Dominical lá estávamos nós cada um com a sua revista dominical em mãos, aprendendo as preciosas lições comentadas pelos professores; a evangelização era algo impressionante, sem aparelho de som, bradávamos alto e bom com a nossa voz a mensagem do evangelho nos cultos ao ar livre e no evangelismo pessoal, as mãos cheias de folhetos com mensagens evangelísticas, entregando as pessoas pelas ruas e de casa em casa aonde chegávamos.
Enfim, éramos pouquinhos, mas fervorosos nos trabalhos do Senhor e a cada dia o Senhor ia aumentando o Seu rebanho. Éramos tão simples, as crianças, os jovens, homens e mulheres por onde passávamos as pessoas de fora nos identificavam como crentes, pois o temor do Senhor estava dentro de nós e, éramos tão coerentes com a sã doutrina que o mundo podia ver a glória de Deus em todas as dimensões da nossa vida.
Hoje é tudo diferente, nossos cultos de oração, de doutrina, círculo de oração, escola dominical, vigílias etc. são menos frequentados, pois o secularismo invadiu a mente dos nossos irmãos.
Hoje só pensam nas bênçãos de Deus e não no Deus das bênçãos, em virtude dos pregadores só pregarem a respeito da prosperidade financeira; viverem uma vida hedonista, pois o prazer é o que importa para muitos dos que cristãos se dizem ser; viverem um cristianismo vazio, em face dos shows gospel com estrelismos do mundo artístico; nossos irmãos aderiram às práticas mundanas, fazendo tatuagens no corpo, pearcing e brincos, bebem vinho em profusão nas festas de casamento e aniversário, aliás, hoje tudo é gospel (cerveja, cigarros, motel etc.); nossas irmãs se vestem sensualmente tanto no templo, como em outros ambientes sociais, enfim, ninguém faz mais diferença entre uma crente e uma descrente.
Hoje é tudo diferente, pois antes se conheciam as mulheres crentes pela sua simplicidade. Mas, ainda há um remanescente sadio, firme, equilibrado, santo, de bom testemunho, que não se dobra aos caprichos deste presente século mau, hostil a Deus e a sua Palavra, que não se dobra a Baal, nem a estátua de ouro de Nabucodonosor. O conselho do apóstolo Paulo é: “E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”(Rm 12.2).
Portanto, vamos examinar os nossos caminhos, como diz o Senhor através do profeta Jeremias, e voltarmos para o Senhor que é grande em perdoar, pontua o profeta Isaías.
Pr. Martim Alves da Silva (Presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Estado do Rio Grande do Norte (IEADERN) e da Convenção Estadual de Ministros da Assembleia de Deus no Estado do Rio Grande do Norte (CEMADERN).