O ser humano é pecador por natureza e não consegue por si mesmo vencer o poder do pecado (Gn 6.5; 8.21; Sl 51.5; Ec 7.20; Jr 17.9; Rm 7.14-23). Todavia, isso não é desculpa para ele se entregar aos desejos da carne e viver na prática do pecado. Deus disse a Caim que o pecado estava à espreita, querendo conquistá-lo, mas que ele devia dominá-lo (Gn 4.7b). Não é porque a carne é fraca (Mt 26.41), que vamos nos entregar ao pecado.
Conforme 2 Tm 3.3, a intemperança ou falta de domínio próprio também é uma das marcas registradas de muitas pessoas desses tempos difíceis nos quais estamos vivendo. A sociedade pós-moderna é muito hedonista. Muitas pessoas vivem em busca do prazer imediato, egoísta e inconsequente. Elas querem dar vazão a todos os desejos da carne para viverem uma vida devassa e libertina. Falta moderação no relacionamento de muitas pessoas com o dinheiro, com o sexo, com o entretenimento, com as comidas e bebidas, e com muitas outras coisas do cotidiano.
Uma pessoa sem domínio próprio está sujeita a perigos, visto que “quem não tem domínio próprio é como uma cidade sem muros” (Pv 25.28 – NVT). Paulo exortou aos Efésios: “e não vos embriagueis com vinho, que leva à devassidão…” (Ef 5.18 – AS21). Outra tradução deste versículo diz: “não se embriaguem com vinho, pois ele os levará ao descontrole” (Ef 5.18 – NVT).
A bebida alcoólica e as demais substâncias inebriantes e entorpecentes, como as drogas, tem um poder muito grande para aguçar e estimular toda sorte de descontrole nas pessoas. Quando estão sóbrias, muitas pessoas se comportam de forma moderada. Porém, quando estão ébrias, ficam descontroladas. Nesta condição, elas colocam para fora dos seus corações toda sorte de coisas ruins (Mc 7.21-22).
Entre as 16 obras da carne listadas por Paulo em Gl 5.19-21, constam as bebedeiras (gr. methe) e orgias (gr. komos). Essas obras da carne são pecados muito relacionados, uma vez que as bebedeiras geralmente conduzem às orgias licenciosas, que se caracterizam pela extravagância, intemperança, indiscrição, desregramento, imodéstia e indisciplina. Isso também pode ser denominado de libertinagem, devassidão ou perversão de costumes (dissolução). A Bíblia nos ensinam a exercermos domínio próprio sobre nossos desejos carnais (Mt 26.41; Lc 21.34; Rm 13.14; 1 Pe 4.2-3).
Muitas pessoas, por mais regradas ou moderadas que sejam, de vez em quando soltam as rédeas da moderação e se entregam às orgias. Assim, elas pervertem os bons costumes e praticam toda sorte de licenciosidade, devassidão e libertinagem. Isso é muito comum em momentos de lazer, principalmente se as pessoas estiverem sob efeito de álcool e de música agitada. Porém, o cristão verdadeiro produz o fruto do Espírito e, consequentemente, tem domínio próprio (Gl 5.22-23). Ele age como Paulo, que afirmou: “todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1 Co 6.12 – ARA). O cristão moderado só vai fazer coisas que edificam (1 Co 10.23) e que glorificam a Deus (1 Co 10.31).
A falta de domínio próprio das pessoas muitas vezes se manifesta na área sexual, por meio das práticas de prostituição, impureza e lascívia, que são obras pecaminosas da carne (Gl 5.19). A prostituição diz respeito a toda e qualquer conduta sexual ilícita, enquanto a impureza se refere à luxúria, impureza proveniente de desejos sexuais e a vida devassa. Quanto à lascívia, esta significa luxúria desenfreada, libidinagem, licenciosidade, libertinagem e impudência (falta de pudor).
Como medida preventiva contra o adultério causado pela falta de domínio próprio, Paulo orientou os casais dessa maneira: “não privem um ao outro de terem relações, a menos que ambos concordem em abster-se da intimidade sexual por certo tempo, a fim de se dedicarem de modo mais pleno à oração. Depois disso, unam-se novamente, para que Satanás não os tente por causa de sua falta de domínio próprio” (1 Co 7.5 – NVT).
Ao invés de se entregar às licenciosidades e às incontinências hedonistas, o crente fiel controla seus desejos e paixões. Se por um lado as pessoas carnais são incontinentes, dissolutas e intemperantes, por outro lado os crentes espirituais refreiam seus apetites carnais, são comedidos, moderados, temperantes e apresentam domínio próprio. A pessoa que não tem domínio próprio é como uma cidade destruída e sem muros (Pv 25.28), mas quem tem domínio próprio é melhor que aquele que conquista uma cidade (Pv 16.32).
Ev. Fábio Henrique (Bacharel em Teologia, 1º Secretário da IEADEM e professor da EBD e do CETADEM)
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